Eis a história de um rei triste
que, soberbo e tolo, insiste
num jogo de poesia
veja que triste a ironia
cada verso de palavras
prontamente recompensava
com suas terras, sua alegria.
Eis que um reino é dividido
pelas flechas do cupido
pelos sons que o vento leva
e o amor o rei espera
e belas historias, sinceras
e sorrisos e quimeras
Eis que duas de suas crias
donas do verbo, da fantasia
viram filhas devotadas
com suas garras afiadas
sob vozes de puro doce
e o rei, bobo da corte
se engana, se enfastia
por duas falsas melodias
Depois de empobrecido
desenganado, enlouquecido
o velho pela terra vagueia
e a luz que o clareia
é a da filha cuja rima
é que versa maior estima
mas a aparência ressentida
é deserdada, preterida
é a vida, é a vida
Eis que o final da jornada
é o fim, a morte, o sacrifício
é o corpo, a mente, o suplicio
é o tardio entendimento
e no trágico arrependimento
nada muda, nada existe
é só o tempo que resiste
só o escárnio, e o sofrimento.
by Claudinha M.
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