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PECADORES CONFESSOS...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

No proximo Mulheres que Pecam: Grace Marks, por Margatet Atwood...

Em Alias, Grace, da escritora canadense Margaret Atwood, vamos explorar uma leitura ficcional da mente de uma criminosa da vida real - uma jovem de 16 anos chamada Grace Marks, acusada em 1843 de cumplicidade no assassinato do patrão e de sua governanta e amante. Mas em vez de apenas relatar fatos historicos, apresento uma cantiga popular que retrata bem a trajetória dessa mulher que peca. Tradução de minha autoria.  


Grace Marks e James McDermott


A Balada de Grace Marks



Grace Marks numa casa servia
Dezesseis anos ela tinha,
McDermott era da estrebaria,
Trabalhavam para Thomas Kinnear.

Thomas Kinnear era homem de bem,
Uma vida boa levava ali,
E amava sua empregada também
Chamada Nancy Montgomery.

O Nancy querida, não se entristeça
Para a cidade agora eu vou
Buscar proventos da sua despesa,
Lá do banco em Toronto.

O Nancy nem tão afortunada
O Nancy nenhuma rainha,
Mas assim vive toda arrumada
Como nunca vi tão fina.

O Nancy não é uma Senhora
Mas me trata como a um escravo,
Me faz trabalhar até a aurora,
Vai me matar com tanto agravo.

Mas Grace amava o bom Kinnear,
E McDermott amava a Grace,
E era aquele tipo de amor
Que faz da desgraça, deleite.

O Grace, seja meu grande amor,
O não nunca serei de ti,
Enquanto ela viva for,
Nancy Montgomery.

E marcou Nancy a machadadas,
Na cabeça a atingiria

Ele a arrastou até a entrada
E a jogou da escadaria.

O poupe-me senhor McDermott,
O poupe-me, disse ela,
O poupe-me, Grace Marks,
E te vestirei a mais bela.

O nada disso é por mim,
Nem pelos que hão de vir,
Mas por meu amor, Thomas Kinnear,
Eu o veria antes de partir.

McDermott agarrou-lhe os cabelos,
Por Grace Marks sua cabeça apertada,
E estes dois monstros, sob apelos
Mataram Nancy estrangulada.

O que eu fiz, minha alma perdida
Eu temo o que está por vir!
Para nos salvar, não há saída
Vamos matar Thomas Kinnear.

O não, O não, por favor,
Eu lhe imploro por sua vida!
Não, ele morre, pois você jurou
Que meu amor você seria.

E Thomas Kinnear chega; e com efeito,
E ao botar os pés na porta
McDermott atira em seu peito
E tripudia sua carne morta.
(...)
E roubaram toda a prata,
E roubaram o ouro do morto,
E com a carroça pegaram a estrada,
Em direção a Toronto.
(...)
As mãos de McDermott ela tomou,
Atrevida por só si,
E num hotel ela se hospedou,
Com o nome de Mary Whitney.

Encontraram os corpos na celeira,
A face dela já decomposta,
E ela estava sob a banheira
E ele estava deitado de costas.

Mas antes da metade do dia,
Um quarto de dia ou um pouco mais,
Os bandidos a lei acharia,
Em um quarto de casais.

Grace Marks sob juramento,
Negou tudo que se passou.
Eu não vi o estrangulamento
Eu não ouvi se ele atirou.

Ele me forçou a fugir,
E me disse que se eu falasse,
Ele faria com que sua arma,
Para o inferno me mandasse.

McDermott sob juramento,
Eu sozinho nada fiz,
Mas todo o meu intento,
Grace Marks assim o quis.
(...)
McDermott foi enforcado,
Nos corredores da morte,
E Grace foi encarcerada,
Amargando a triste sorte.

(…)
Grace Marks na prisão irá
por toda vida cumprir pena
Por seu pecado vai pagar
Mesmo que se arrenpenda.

Mas se Grace Marks se arrepender,
E confessar seus pecados,
Então terá, quando morrer
Os seus crimes perdoados.
(...)
E ela sera purificada,
E aos Céus ela passará,
No fim da caminhada,
No Paraíso ela viverá.


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3 comentários:

Ives disse...

Boa dica, abraços

Nayara Borato disse...

Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Nayara e cheguei até vc através do Blog Alma de poesia. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir um blog do meu amigo Fabrício, que eu acho super interessante, a Narroterapia. Sabe como é, né? Quem escreve precisa de outro alguém do outro lado. Além disso, sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. A Narroterapia está se aprimorando, e com os comentários sinceros podemos nos nortear melhor. Divulgar não é tb nenhuma heresia, haja vista que no meio literário isso faz diferença na distribuição de um livro. Muitos autores divulgam seu trabalho até na televisão. Escrever é possível, divulgar é preciso! (rs) Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs





Narroterapia:

Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.



Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.

http://narroterapia.blogspot.com/

Bruno Coelho disse...

Saudades da sua visita em meu blog, ótimo final de semana pra você. Beijão!

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