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PECADORES CONFESSOS...

domingo, 30 de janeiro de 2011

Não sei quem escreveu, mas como boa pisciana tenho que concordar...

"A realidade é para aqueles que carecem de imaginação"

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sábado, 29 de janeiro de 2011

O homem, a mulher e o sexo em DRÁCULA - Parte II


Capa da 1ª Edição de "Drácula"
Dando continuidade à nossa reflexão sobre Drácula, vamos falar da relação do Conde com os personagens femininos mais marcantes na trama criada por Bram Stoker. Embora seja minha intenção focar na influencia de Drácula sobre Mina Harker, não podemos esquecer da melhor amiga de Mina, Lucy Westenra, que se torna na primeira vítima do vampiro.

É importante salientar aqui a alta conotação sexual na relação entre Drácula e suas vítimas. Há quem considere Drácula o primeiro romance gay já escrito, por conta do interesse de Drácula em reservar o sangue de Jonathan Harker apenas para si, sem dividí-lo com as suas "noivas" no castelo. Em vez disso, proponho que o interesse de Drácula é, primordialmente, no corpo, no sangue, na juventude. Quando Drácula olha Jonathan, anseia pelo que já não possui. E quando diz que também pode amar não se refere, na minha interpretação, à Jonathan, mas à junventude que este representa - querendo dizer que ainda é capaz de demonstrar o amor, o sexo, o desejo, como se tivesse o corpo de Jonathan. Uma dica crucial neste ponto é analisar sua frase seguinte: "vocês mesmas sabem do meu passado". Um passado onde um dia ele amou. Um passado sem gênero, sobre o qual Stoker jamais nos esclarece. Mas ainda assim, uma lembrança de quando Drácula ainda não tinha o corpo decaído do presente narrativo.

A relação sexual propriamente dita se dá depois que Drácula localiza a noiva de Jonathan, Mina; e sua melhor amiga, a disputada Lucy, que no início da trama tem três pretendentes: Dr. John Seward, o Sr Quincy Morris e Lord Arthur Holmwood. Logo depois de aceitar o pedido de Holmwood, Lucy passa a ser assediada por Drácula, que se alimenta sistematicamente do seu sangue. A narrativa de Stoker não aprofunda os termos da sedução ou do poder de atração que Drácula exerce sobre Lucy. Mas fica clara a associação do desejo ao malefício, a satisfação do corpo ao custo da tortura da alma. A sugestão sexual entre Drácula e Lucy é mais explícita na parte do romance onde Mina presencia um dos ataques de Dracula ao corpo de Lucy. A descrição do momento é tensa e ambígua, feita sob o confuso ponto de vista de Mina. De forma que não é possivel saber o que exatamente Drácula fazia debruçado sobre Lucy no jardim à noite, como a própria Mina descreve. Seria que o beijo do vampiro foi mais longe?

A reprodução cinematográfica de 1992 confere à esta passagem duas respostas possíveis e de igual peso. No filme, Mina Harker (Winona Rider) procura por Lucy no jardim e a encontra, a principio, no meio do que parece ser um ato sexual com uma criatura incipiente, meio animalesca (Gary Oldman, em maquiagem assustadora), que percebe a presença de Mina. Num jogo chiaroescuro com a luz da lua, Mina alterna as visões de Lucy com este "ser" e de Lucy sozinha, como que numa crise de sonambulismo, murmurando palavras incompreensíveis. Depois que Mina consegue levar Lucy de volta a casa, a criatura aparece à espreita, observando as duas. A "ilusão" de Mina compõe a dúvida razoável deixada pelo livro, que corrobora também a imagem do vampiro de um ser com uma estranha capacidade de seduzir, usando e provocando as sensações do corpo em seu proprio beneficio. Também é sugestiva a necessidade do vampiro de beber o sangue, fluido essencial à vida, e também o fluido desperdiçado na defloração. Como todo predador, usa a arma que tem à mão. A arma de Drácula, quase sempre, é o sexo.

E Lucy é a primeira vítima dessa inocencia roubada, dessa súbita consciência do desejo. Seu corpo torna-se cada vez mais debilitado. Os esforços do Dr Seward, seu mentor Van Helsing e cia. de nada adiantam. Lucy se deixa seduzir sistematicamente por Drácula até "morrer", isto é, até seu corpo deixar de existir para o mundo. Esta é a parte interessante - Lucy se transforma numa vampira. O jeito espevitado da menina Lucy, que circula no imaginário masculino - representado em três pretendentes distintos que ela atrai para si - desenvolve-se em um poderoso apelo sexual , numa compulsão pela experiencia, e em novas deflorações. Não é à toa que os alvos dos ataques de Lucy são justamente as crianças - naturalmente inocentes, jovens e curiosos. A degradação da figura materna é fundamental na caracterização desta nova Lucy, que se prevalece de sua beleza angelical para inspirar confiança nas vítimas.

É importante entender a progressão na personalidade naturalmente livre de Lucy - primeiro, a brejeirice sedutora, mas inocente; depois, a sexualidade deflorada na sedução de Drácula. Já doente, Lucy assume o proprio vício e facilita o ataque fatal do Conde ao retirar de perto de si os amuletos plantados por Van Helsing. A "hipnose" praticada por Drácula não seria um meio de eximir Lucy (e por tabela, a mulher) deste descompromisso com a norma, e com a visão chauvinista do feminino? Entendo que sim. É mais fácil aceitar que Lucy não era dona de si quando decidiu se deixar seduzir por Drácula. Mais uma vez, a simbologia sexual por trás da figura do vampiro nos ajuda a entender a metáfora por trás do comportamento de Lucy - a curiosidade gerando voluptuosidade gerando o desejo e depois de morta, a necessidade. É uma mulher que assume uma independencia sexual incomum para a época do livro e do autor. O romantismo aqui é tanto egocentrico quanto idealista. Lucy constroi uma imagem de si mesma, sozinha, escolhe o proprio caminho. E paga caro por isso. Não coincidentemente é o noivo Arthur (ou a instituição, a norma) que extermina a vampira Lucy com uma estaca no coração. Mas não sem antes quase cair em sua "hipnose"...

Depois de Lucy, Drácula volta sua carga hipnótica para a esposa de Jonathan Harker. E aqui temos um novo tipo de "conexão" entre o vilão-protagonista e a doce Mina Harker. A sutileza de Drácula neste ataque é fundamental, já que se trata de uma mulher casada. A participação de Mina deve ser forçada, contra a sua vontade. De outra forma, seria adultério. Mas como isso é possível? A saída de Stoker é criar uma dependência telepática entre os personagens. Drácula morde Mina, mas faz com que ela beba o seu sangue e assim, torne-se mentalmente, "espiritualmente" ligada à ele. A total abstenção do corpo aqui é proposital para criar um contraste direto com o aspecto carnal na sedução de Lucy. Mina torna-se um instrumento pelo qual Dracula expressa o seu ódio. No livro, o vilão implacável persegue Mina depois de descobrir o plano dos homens para exterminá-lo. Mas, ao mesmo tempo, por que Mina? Não seria mais lógico vingar-se daqueles homens diretamente?

Voltamos ao filme de 1992 e o seu argumento original sobre a origem da maldade de Drácula. Ao considerar Mina a encarnação de sua amada Elizabeth, Drácula constroi com ela um amor poderoso, transcendental, e a cena do livro em que Drácula morde Mina é remodelada sob a perspectiva romantica. No filme, é Mina (Winona Rider) quem pede a Drácula (Gary Oldman) que a faça dele. Ela assume o desejo pelo vampiro e rechaça a sua hesitação em torná-la num ser como ele. E a verdade é que, se assumirmos o poder hipnótico de Drácula como uma arma de sedução, concluiremos que Mina se entrega ao Conde tanto quanto Lucy. Stoker mascara essa entrega no livro reforçando a sua malignidade, já que a motivação de Drácula é a vingança. Mas a leitura criada pelo filme não é de todo inverossímil. Apesar de fiel ao marido, a Mina do livro também está longe de ser uma criatura submissa, totalmente adepta às instiuições. Além de acobertar as escapadas noturnas de Lucy, Mina se comunica com ela atraves de cartas reveladoras, onde expressa por exemplo, o desejo de ver as mulheres tomarem a iniciativa de pedir os homens em casamento. Neste sentido, a cena do filme em que Mina toma a iniciativa de seduzir Drácula ecoa do pensamento original da personagem.




Tanto no filme quanto no livro, a conexão entre Drácula e Mina torna a caçada ao Conde mais viável, já que eles passam a usar os delírios telepáticos de Mina como guia para a localização de Drácula. E conseguem matá-lo, ao custo da vida de um de seus membros. A diferença é que no livro, Mina se livra da "maldição" de Drácula após sua morte e desfruta de uma traquila vida de casada com Jonathan Harker e o seu filho recém-nascido. A convencionalidade deste final é totalmente esquecida no filme - durante o qual uma Mina apaixonada rejeita o marido em favor de um amor bandido, carregando um Drácula ferido de morte para dentro do castelo do Conde, onde este morre em seus braços. O final do filme sugere o fim de um ciclo e o inicio de outro, onde Mina é aquela que espera pela reencarnação do amado. Novamente, se levarmos em consideração as ideias incipientes da personagem sobre o comportamento feminino, concluimos que com um pouco mais de coragem (ou um pouco menos de bom senso), Stoker poderia ter produzido um final para Mina semelhante ao do filme.

Mas considero que era importante ressaltar, dentro do romance, a maneira diferente como duas mulheres reagiam à feminilidade. Mina e Lucy eram contrapontos perfeitos da visão masculina do pensamento feminino - e assim, a sedução de Drácula torna a "fraqueza" da mulher mais evidente. Por outro lado, o texto de Stoker sugere uma vontade própria no comportamento dessas mulheres que, ainda que forçem a eliminação de uma e a submissão de outra, torna possível uma releitura dessas personagens numa época menos constrangedora à sua psique. Uma época como a nossa.

***

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Farewell




tudo está dito

seu livro sobre a mesa

suas canetas, seus escritos

suas tristezas

seu ar de mito

suas poucas falas

suas roupas caras

suas incertezas



tudo são passos

sem muito aviso

sem muito abraço

sem juízo

seu lado da cama

é um laço

é um drama

que eu não preciso.



tudo escondido

nos cantos, no passado

tudo devolvido

tudo encontrado

então está falado

pelos nossos umbigos

pelos vindos e idos

tudo é antigo

tudo desatado.



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sábado, 15 de janeiro de 2011

VERSO



 

Escrevo sem parar

Aquelas cartas que não lerás...e

Daqueles beijos que não me deste

Daquelas marcas que não fizeste

Só resta a amargura do verso

Só me resta o maldito nexo

Minha visão da razão que invento

O que não sei dizer, mas tento...




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sábado, 8 de janeiro de 2011

O homem, a mulher e o sexo em DRÁCULA, de Bram Stoker


Parte I - Ceticismo e Vampirismo - Os personagens masculinos



"Drácula" (1897), de Bram Stoker

Nos grupos de discussão da faculdade sobre Drácula (1897), sempre nos incomodávamos com o fato de que a estória parecia pender para um exagerado maniqueísmo, uma visão preta e branca do mundo - isso é isso e aquilo é aquilo. Assim, o que víamos a grosso modo é que Drácula era mal, e todos os demais seriam redentores. Isso porque a narrativa nos apresenta o Conde como numa foto antiga, amarelada por um tempo que jamais é narrado. Não existe um processo de maturação do personagem, um desenvolvimento narrativo qualquer que nos permita estabelecer quem, como, quando, onde e, sobretudo, por quê. Drácula simplesmente é. Um produto de contos ancestrais, uma figura mítica, indeterminada e pervertida. A aparente falta de aprofundamento estético do personagem contrasta com a sua maldade intríseca e aparentemente injustificada. Neste contexto, os personagens desenhados a sua volta seriam imediatamente o seu oposto, isto é, o Bem encarnado. Sim?

Será que tudo é mesmo tão simples? Ou por outra, será que tudo era mais simples antigamente?

 A nossa visão contemporânea de mundo, que nos incita ao estudo psíquico, emocional e contextual do personagem, talvez acabe nos cegando para a análise do contexto em que a história foi escrita. Por isso neste artigo pretendo traçar um paralelo entre o livro de Bram Stoker e a sua versão para o cinema de 1992 estrelando Gary Oldman, Winona Rider, Keanu Reeves and Anthony Hopkins. Escolho esta dentre todas as versões de Drácula pois é a mais proxima ao texto original de Stoker. O objetivo é perceber como uma leitura moderna dos personagens propicia uma adequação surpreendentemente coerente àquilo que não está explicito na narrativa, como uma alternativa que poderia estar sugestionada no próprio livro. Enfim, como o olhar do nosso tempo não distorce, apenas confere ao personagem a profundidade que "parece" não estar lá.

Vamos começar com o texto de Stoker em si. A narrativa se estabelece de forma epistolar, isto é, através da transcrição de uma série de cartas, diários, recortes de jornais, etc., nos quais os personagens dão conta da história sinistra de um homem-demônio, um ser híbrído com uma maldade inata, imperdoável - e o seu subsequente extermínio por uma força-tarefa criada pelos homens. A violência e o instinto de competitividade impregnados no texto de Stoker evidenciam uma narrativa tipicamente chauvinista, cheia de estereotipos masculinos e femininos. Os homens são sempre céticos, mas avenureiros. Corajosos, mas violentos. A representação do conhecimento científico constantes nos relatos de Jonathan Harker, do renomado Dr. Abraham Van Helsing e de seu aluno Dr. Seward (que dirige um sanatório) não muda o instinto animalesco que permeia as individualidades masculinas da trama. E nem poderia, porque a ciência não comporta o Mal, a figura do morcego-demônio, alhos e estacas. A ciência em Drácula vem representada potencialmente na forma da narrativa, que pressupõe um objetivo empírico de se documentar algo que de outra forma, seria inacreditável. Convive, portanto, com um estado de permanente suspensão, onde o mito confronta toda e qualquer realidade e desafia a capacidade humana de se sustentar sob o seu arquétipo fundamental, o corpo.

Os homens da trama, a meu ver, representam este corpo com um poderoso desejo de sobrevivência. Jonathan Harker, um advogado que se depara com o sobrenatural ao hospedar-se num antigo castelo, tem o seu corpo jovem contrastado de imediato com o aspecto decrépito do dono do lugar. Os primeiros capítulos do livro são como uma viagem mística, onde Jonathan descobre a libido, a curiosidade, o medo, e insiste naquilo que conhece até o limite da loucura - quando, doente e febril, precisa fugir do lugar onde experimentou a transcendência, uma força fora de seu controle que emana, exatamente, do velho conde. Drácula, o homem cujo corpo já quase inexiste.

No filme de 1992, esta primeira parte da narrativa ganha um adendo fundamental - um passado para Drácula. Nos primeiros minutos de filme, sabemos que Drácula (Gary Oldman) era um jovem guerreiro cristão que de repente tem de enfrentar uma tragédia: sua noiva Elizabeth (Winona Rider) se suicida após receber uma falsa notícia de que Drácula havia morrido. Revoltado com o que acredita ser a vontade divina, Drácula se tranforma num homem amargo que sacrifica o corpo e a mortalidade para ter a chance de se encontrar novamente com Elizabeth, em vidas futuras. A ideia do roteiro mistura os mitos ancestrais sobre um líder sanguinário conhecido como "O Empalador", o mito católico de Satã, o anjo caído e crenças mais recentes sobre a reencarnação do espírito e o reciclo eterno da vida e da morte.

Mas, ainda assim, provém para a maldade de Drácula uma origem, um ponto a partir do qual se começa a entender a estranha psique do protagonista. Um ponto que, não obstante, encontra respaldo no romance. Embora jamais mencione o que se passou com o conde antes da chegada de Jonathan Harker, Stoker confere ao leitor a inferência de um passado traumático para Drácula que, a certa altura, afirma (às três vampiras no castelo): "Sim, eu também posso amar. Voces mesmas sabem do meu passado. Não é verdade?" (cap. 3; p. 53).


Cartaz de "Drácula" (1992)


Drácula se torna, numa leitura contemporânea, uma espécie de herói Byroniano, um ser trágico, sem saída. Ao se voltar contra a fé, renunciou a si mesmo. A sua individualidade fragmentada se desprende do corpo saudável da juventude, transformando-se numa criatura egocentrica e sem limite. Sem morte, como todos os vampiros.

O outro vértice masculino da trama, Jonathan Harker, é um homem reto que se vê obrigado a questionar seu discernimento quando viaja para a Transilvânia para lidar com um velho Conde que mora sozinho num castelo - e acaba se deparando com a estranheza, e o desconhecido. Cético, Harker vê a necessidade empírica de provar-se são. Assim, documenta em um diário a sua experiência no castelo de Calfax (como é chamada a propriedade de Drácula). Harker representa de certa maneira o senso comum, a instituição, a norma. Mas carrega dentro de si um fragmento, um exagero em sua psique, que é potencialmente liberado no recanto inóspito do Conde Drácula. Um lugar suspenso da realidade, um limbo, completamente incompatível com a identidade linear que Harker criou para si. A cordialidade entre Harker e Drácula esconde uma competividade latente, em que o sobrenatural coexiste com o natural - mas, tenta, a todo custo, vencer.

A narrativa de Stoker nunca esclarece se a "prisão" de Harker no castelo era literal ou psiquica. Se o poder "sugador" de Drácula também consistia em exaurir a resistência individual do advogado. Mas Drácula queria o sangue de Harker, queria o corpo do qual desistira. Por que? E por que Harker, especificamente? No filme, justifica-se o interesse de Drácula em Jonathan Harker (Keanu Reeves) através de sua noiva, Whilelmina Murray (Winona Rider) - ou simplesmente Mina, que seria a reencarnação da amada morta do Conde, Elizabeth. O Drácula do filme e do livro compromete propositalmente a saúde de Harker e enquanto este está desaparecido na Transilvânia, viaja de navio para a Inglaterra a fim de encontrar Mina e reconquistar o que ele acredita ser o seu grande amor retornado. Durante a viagem, ataca selvagemente os tripulantes do navio para se "alimentar" e gradativamente, recuperar a aparência saudável e jovial da qual um dia abriu mão. A exaustão mental e física de Harker e a viagem de Drácula estão representadas no filme de forma absolutamente fiel ao relato epistolar de Stoker; apenas a motivação do protagonista é acrescentada.

Stoker sugere tanto a intenção do Conde em debilitar Harker quanto uma certa insistência para que Harker não mantenha nenhum contato pessoal nas suas correspondências. Drácula pede expressamente ao advogado que, quando for escrever suas cartas, ater-se exclusivamente a assuntos de negócios - proibindo-o, de forma velada, de se comunicar com a noiva,  Mina. O texto de Stoker é referenciado, sutil, e em nenhum momento sugere que Mina e Drácula tenham qualquer relação anterior; ainda assim, o fato de Stoker ter estruturado a narrativa a partir da convergência de pontos de vista de vários personagens abre lacunas providenciais ao texto, sobretudo se pensarmos que o livro foi escrito no sec. XIX, no auge do período vitoriano e da Inglaterra industrial. Questões como o casamento, fidelidade, religião, ciencia eram delicados e estavam no cerne de um país com uma identidade em desenvolvimento. Assim, a máscara epistolar dada à narrativa disfarça as suas sutilezas, como também uma construção mais complexa nas relações entre os personagens.

No próximo post, falaremos especificamente dos personagens femininos, e da solução estética do filme Drácula para as representação do amor no romance de Stoker. Aguardem!

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Feliz Ano Novo!!


Olá queridos amigos do blog,

Voltei de viagem no inicio desta semana e agora estou fazendo o nosso calendário de artigos das mais famosas Mulheres que Pecam para o ano de 2011. A partir de amanhã já devemos iniciar os trabalhos. Por agora, deixo a minha mensagem de prosperidade e paz para o ano que está chegando agora, e que nós continuemos sempre por aqui, brincando de literatura e pecado no nosso cantinho.

Um beijo a todos e obrigada pelas mensagens de Ano Novo.

Já, já eu volto!!!
Claudinha Monteiro



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