Páginas

Bem-Vindo!  Benvenuto!!  Welcome!!!

PECADORES CONFESSOS...

domingo, 30 de agosto de 2009

MULHERES QUE PECAM N. 3 - CAPITU

Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. (Dom Casmurro, cap. 32)


E qual teria sido o pecado de Capitu? O celebrado romance de Machado de Assis deixa essa, entre outras perguntas, deliberadamente não respondidas. Parece óbvio que essa não seja a questão central do romance Dom Casmurro, mas apenas o estopim para mais uma construção machadiana do painel social de sua época. Personas típicas da sociedade suburbana: o padre, a viuva, a familia, misturadas a aspectos mais psiquicos, a ingenuidade, a timidez contra o desprendimento, a vizinha como objeto do desejo, a repressão sexual, a descoberta do amor e do proibido, e a consumação de uma vontade mutua através da união quase pecaminosa entre Bentinho, o jovem apaixonado que mais tarde se transformará no amargo Dom Casmurro, e a sua Capitu. Porque quase pecaminosa? Porque sabemos nos primeiros capitulos que Bentinho estava prometido para a Igreja - sua mãe fizera a promessa de que se tivesse um filho que vingasse, ele seria padre. A atmosfera que ronda a união de Bentinho e Capitu é de malicia, e de maleficio, com o olhar inebriante da bela vizinha transgredindo o destino traçado pela família para Bentinho.
No entanto, há um interessante artificio na narrativa de Dom Casmurro que não pode ser negligenciado - o romance todo é construído sob a narração de um homem amargurado, um viúvo atormentado por uma dúvida que se tornou eterna. O Bentinho adulto, abandonado e triste, cercado pelos fantasmas de seu passado - que também são as principais imagens do painel social machadiano - adquiriu um modo particular de perceber os acontecimentos a sua volta, como também um estilo peculiar de contar as próprias memórias. Seu intuito é exorcizar seus demônios e, ao mesmo tempo, justificar sua amargura. Bentinho precisa dar sentido ao tormento que se tornou o centro de sua existência, o que restou dele mesmo. Por isso, ele precisa, de algum modo, ter razão. Assim, o olhar que empresta a sua narrativa procura sempre um tom acusador, acurado, certeiro. Mas o gênio machadiano empresta ao seu protagonista uma ambiguidade que o faz trair o próprio objetivo, através do incontrolável sentimento do ciúme - de tal maneira que Bentinho jamais consegue persuadir nem a si mesmo, nem ao leitor. A certeza nunca é alcançada. A amargura de Bentinho compromete a sua argumentação e consequentemente, o seu caso contra a esposa. E afinal, o que aconteceu entre Capitu e Escobar, melhor amigo de Bentinho? Capitu traiu ou não? Seu filho é do marido, ou não?
A narrativa começa pelo fim. Capitu e Escobar estão mortos, e Bentinho não é mais Bentinho. Ele agora é Dom Casmurro, um homem velho, ranzinza, sozinho, e remoendo uma pergunta que nunca será respondida, já que os acusados não mais existem. Bentinho se ocupa, portanto, do circunstancial, ou seja, procura traçar um perfil de Capitu que nem ele mesmo sabe se deve acreditar. E esse esforço nos leva a outra pergunta: Quem afinal era Capitu?
(continua)

Share/Save/Bookmark

terça-feira, 18 de agosto de 2009

CAPITU...por Luiz Tatit

De um lado vem você com seu jeitinho
Hábil, hábil, hábil
E pronto!
Me conquista com seu dom

De outro esse seu site petulante
WWW
Ponto
Poderosa ponto com

É esse o seu modo de ser ambíguo
Sábio, sábio
E todo encanto
Canto, canto
Raposa e sereia da terra e do mar
Na tela e no ar

Você é virtualmente amada amante
Você real é ainda mais tocante
Não há quem não se encante

Um método de agir que é tão astuto
Com jeitinho alcança tudo, tudo, tudo
É só se entregar, é não resistir, é capitular

Capitu
A ressaca dos mares
A sereia do sul
Captando os olhares
Nosso totem tabu
A mulher em milhares
Capitu

No site o seu poder provoca o ócio, o ócio
Um passo para o vício, o vício
É só navegar, é só te seguir, e então naufragar

Capitu
Feminino com arte
A traição atraente
Um capítulo à parte
Quase vírus ardente
Imperando no site
Capitu
Share/Save/Bookmark

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

MULHERES QUE PECAM N. 3 - TEASER...


Share/Save/Bookmark

domingo, 2 de agosto de 2009

Uma pitadinha de humorrrrsrsrsrsrsrs

Os dois menores e MELHORES contos de fadas do mundo...

Conto de fadas para mulheres do séc. 21

1. Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz: - Você quer casar comigo? Ele respondeu: - NÃO! E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela. O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER. FIM!!!

2. Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse: -Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre... E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: - Nem fo...den...do!

(Luís Fernando Veríssimo)

Share/Save/Bookmark
Related Posts with Thumbnails